segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

ELEIÇÕES 2012: COMO PROJETAR A NOVA CONFIGURAÇÃO PARTIDÁRIAS NOS MUNICIPIOS.



                        
                              


por Edir Veiga( Cientista político da UFPA). em Fev 23 Em Bilhetim

      Diz Edir Veiga:    Em minha tese de doutorado (2004) analisei a reeleição no espaço municipal. Utilizei o Índice de qualidade de Vida Urbana-IQVU, para correlacionar reeleição e qualidade de vida municipal. O IQVU mede: mortalidade infantil, expectativa de vida,saneamento e alfabetização),
                                         O Padrão de reeleição encontrado:
1-   Inexiste oligarquia controlando os municípios paupérrimos. Nestes municípios o índice de reeleição foi de 30%. Ou seja, nos municípios sem arrecadação e sem qualidade de vida urbana, os políticos tendem a não serem reeleitos em 70% das probabilidades. Ou seja, governante que não é realizador, não se reelege.
2-  Em sentido contrário, nos municípios com alto índice de qualidade de vida e arrecadação, o índice de reeleição foi de 70%. Ou seja, o governante realizador se reelege.
3-  No meio termo ficaram os municípios com qualidade de vida intermediária, nem alto e nem baixo. Aqui, os prefeitos têm taxa de reeleição de 50%.
                                        Municípuios que fugiram desta regra:
1-   Apenas ocorreram reeleições em municípios paupérrimos (30%) por dois motivos básicos: a) a oposição, por considerar o prefeito "cachorro morto" se dividiu muito, e o morimbundo foi reeleito com até 30% dos votos. Nenhum prefeito, com a máquina na mão tem menos de 30% em um processo de reeleição.
2-  Em municípios paupérrimos mas que tem um prefeito "virado", este consegue bom desempenho e se reelege através dos seguintes mecanismos:
a-  Trabalha com ampla coalisão e divide o cotidiano da gestão municipal com os partidos aliados. Ou seja, o prefeito é "safo" em política e administração compartilhada. Não existe rebeliões no poder legislativo local.
b-  O Prefeito é filiado a deputados  estaduais e federais que são ligados "intimamente" ao governo estadual ou federal e, através destes consegue emendas e convêncios não obrigatórios para seus municípios.
         
              Quando um prefeito não é reeleito em um município com  alta qualidade de vida urbana?
a-  Quando o chefe do executivo não divide -efetivamente- a gestão com os partidos parceiros da coalisão de governo, vindo a se isolar e despotencializar o resultado de gestão e de apoio no Poder legislativo. Normalmente este prefeito vive apagando fogo dentro do poder legislativo local. Ou seja, a maioria governamental é sempre "pastosa"
b- Quando o chefe do Poder Executivo é incompetente, na montagem da equipe e na capacidade de desenvolver projetos de curto e médio prazo para a cidade. Ou seja, não tem resultado visível de governo perante à sociedade.
c-  Quando o chefe do executivo é incapaz de estabelecer alianças duradouras com o chefe do executivo estadual.
d-  Quando o chefe do executivo local não tem alianças "seguras" com deputados chaves no poder estadual e federal.
                            Ou seja, o prefeito é uma "toupeira" política.
Com base nestas informações, os experts em estatística podem projetar a força dos partidos que se estabelecerá após as eleições de 2012 nos municípios do Brasil e do Pará. Fonte Blog Bilhetim.

 

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